O medo de decidir
O medo de decidir ou
o adiar da decisão.
Muitas vezes adiamos
decisões até à última da hora.
Porque fazemos isso?
Porque temos medo de
encarar a verdade.
De encarar o que sentimos. De encarar o que as outras
pessoas sentem e pensam.
Muitas vezes tomamos
decisões por obrigação.
Porque é correcto.
Porque os outros acham correcto.
Porque nós achamos que devemos ser correctos.
Porque existe um padrão do que é
correcto e não é permitido nenhum desvio.
Nem curto nem longo.
E quem impõe esse
padrão? Nós e os outros.
Impomos a nós mesmos
e impomos aos outros.
Temos medo de não nos
enquadrarmos.
De sermos colocados
de lado.
De nos apontarem o
dedo. De nos catalogarem.
De não fazermos
parte.
De sermos
considerados anormais. Fora da norma.
Temos medo de
sobressair de uma forma considerada pouco normal.
Então pensamos de
forma irracional que deixar a decisão para a última da hora vai tornar as
coisas mais fáceis.
Por vezes só piora
pois a cada dia que passa carregamos o peso de algo a decidir.
E acabamos muitas
vezes por tomar uma decisão não com base no que sentimos e desejamos, ma sim
com base naquilo que achamos que os outros aprovariam.
Vivemos com medo de
não sermos aprovados. Temos comportamentos programados para serem aprovados pelos
outros e também exigimos esses mesmos comportamentos dos outros. Cobramos uns
aos outros.
Fazemos as coisas
para agradar aos outros mesmo sentido que não é o que desejamos.
Mas será assim tão
necessário manter esse padrão de comportamento?
Esse padrão de decisões?
Não poderão existir
outras respostas, outros comportamentos que nos façam felizes sem interferir
com o bem-estar das outras pessoas?
Não poderemos abrir
mais esse leque de atitudes e comportamentos?
Não estaremos a ser
demasiado fechados a algo que não tem motivo de ser?
Se fosse assim tão
normal agirmos em conformidade para agradar os outros, não nos sentiríamos
obrigados a fazê-lo.
E se há obrigação é sinal de que existem outras
alternativas que nos fariam mais felizes.
Vivemos para agradar
os outros ou para ser felizes?
Não podemos agradar
os outros e a nós mesmos ao mesmo tempo? Ou a alguns dos outros.
Não podemos ser mais
tolerantes? Mais abertos?
Será assim tão
incorrecto?
Devemos ter medo?